DESVENDE A FISIOLOGIA DA PELE E GARANTA UMA TATTOO PERFEITA

Você conhece bem a fisiologia da pele? Sabe qual é a diferença entre as camadas que compõem esse órgão (sim, é ela um órgão!) e como isso influencia na hora de fazer a tattoo?

Olha só: para que o desenho fique perfeito, o pigmento deve ser depositado em uma região específica – isso evita que o traço se apague ou alargue com o tempo.

Ficou interessado no assunto? A seguir, explicaremos melhor tudo o que você precisa saber para deixar os clientes para lá de satisfeitos com o seu trabalho. Bora lá?

Funções e estrutura da pele

Você sabia que a pele é o maior órgão do corpo humano? É a mais pura verdade, a pele tem cerca de 2 metros quadrados e responde por um sexto do peso corporal. Muita superfície para tatuar, né?

Essa estrutura tem muitas funções que garantem a nossa sobrevivência. Além de manter a temperatura corporal, protege o organismo contra o ataque de vírus e bactérias. É altamente sensível e reage prontamente até mesmo aos toques mais sutis.

A pele também responde por funções sensoriais como frio, calor e, é claro, a dor. Conta com três camadas: derme, epiderme e tecido subcutâneo. Conhecer a diferença entre essas estruturas é fundamental para que a tattoo fique perfeita, e o cliente, satisfeito.

As camadas mais superficiais são a epiderme e a derme. E saber em qual delas depositar o pigmento faz toda a diferença no resultado da tatuagem.

Qual a diferença entre epiderme e derme?

“Epi” é um prefixo de origem grega que significa em cima. Epiderme, portanto, significa “em cima” da pele. Essa camada não é vascularizada e por isso não sangra ao ser perfurada.

Outra característica que você precisa saber: a epiderme é renovada, em média, a cada três semanas. Como isso acontece? É simples. As células que compõem as diferentes camadas vão se diferenciando e caminhando até a superfície. Ao chegar no topo, são descartadas pelo organismo.

A espessura da epiderme não é a mesma em todas as regiões do corpo. Nas partes mais finas, como nas pálpebras, a epiderme tem cerca de 0,5 milímetro de espessura. Já nas partes mais espessas, como a sola dos pés e a palma das mãos, a epiderme mede entre 1,5 e 3,0 milímetros. Essa espessura não varia muito de pessoa para pessoa e não depende de gênero e nem de raça.

A epiderme é ligada à camada inferior – a derme – por estruturas chamadas de papilas dérmicas.

Ah, chegamos à derme! Responsável pela elasticidade da pele, a derme abriga os vasos sanguíneos com inúmeras organelas como glândulas, fibras colágenas e fibras elásticas. É a camada mais espessa da pele e diferente da epiderme, é rica em vasos sanguíneos. Por isso, quando é perfurada, essa superfície pode sangrar.

Sempre sangra durante a tattoo? Durante a tattoo, a pele só sangra se um vaso sanguíneo for atingido. Deu para entender, né? Se a agulha não atingir nenhum vaso, a pele não vai sangrar. 

Falando de anatomia, a derme é composta por dois tipos de tecidos, a parte superficial tem tecido conjuntivo frouxo e a parte mais profunda, o tecido denso.

Tecido denso ou frouxo. O que eu tenho com isso?

Muito! E você precisa entender bem a diferença entre eles. O tecido conjuntivo frouxo é delicado e pouco resistente. Tem uma grande quantidade de células diferenciadas, como mastócitos, macrófagos, fibroblastos e substância fundamental. Em um processo inflamatório, o tecido conjuntivo frouxo passa a abrigar células transitórias, que combatem o problema.

Já o tecido denso é rico em fibras, principalmente as colágenas, por isso é muito resistente à tração.

E o pigmento, onde vai?

Para que a tattoo fique perfeita e não seja afetada com o tempo, os pigmentos precisam ser depositados na derme, especificamente na parte mais profunda, formada por tecido conjuntivo denso. Pois quando o pigmento é depositado nessa camada de tecido, ele será “engolido” por macrófagos e ficará firme no lugar.

Onde NÃO depositar o pigmento

Como esta região tem muito líquido intercelular, as células aí presentes têm maior mobilidade: os macrófagos contendo os pigmentos podem se movimentar. Isso fará com que o traço se deforme com o tempo e o desenho seja afetado, comprometendo a qualidade final do seu trabalho.

Já se o pigmento for depositado na epiderme, o desenho poderá apresentar falhas com o passar do tempo. Por quê? Como essa camada da pele é renovável, o pigmento será removido juntamente com as células mortas, apagando os traços com o passar do tempo e exigindo correções.

Você sabia que a diferença da tatuagem para a micropigmentação é justamente a camada da pele que recebe o pigmento em cada técnica? Enquanto a tattoo é aplicada na derme, na micro os pigmentos são depositados na epiderme. Por este motivo os trabalhos de micropigmentação precisam ser retocados com alguma frequência e as tatuagens, não. Pelo menos não deveriam, não é?

Então, você, profissional da tatuagem, precisa entender como funciona a pele e aplicar as técnicas corretas para garantir aquele resultado perfeito e sem prazo de validade. 

Gostou desse texto sobre fisiologia da pele? Então, conheça outros artigos sobre tattoo no nosso blog!